Hoje estaremos abordando mais um assunto relacionado com a mídia, desta vez é um programa que se propõe a procurar o novo ídolo do Brasil, no que diz respeito a área musical. Para isso a emissora promove um verdadeiro "caça-talentos" nas principais capitais brasileiras e em cada etapa o júri ouve entre 20.000 e 30.000 pessoas, que é um número bastante expressivo e constitui-se num processo exaustivo, tanto para a banca examinadora, assim como para os eventuais "ídolos".
Neste programa televisivo, determinado jurado é conhecido pela grosseria com que trata alguns concorrentes, quando estes não lhe agradam em sua performance musical. Porém, não podemos esquecer jamais que, "o limite da sinceridade é a educação". E se determinada pessoa não canta bem, paciência, reprove-a; mas de uma maneira educada, civilizada e respeitando-a em sua dignidade humana.
Todas as vezes que tenho a oportunidade de assitir ao "Ídolos", eu acabo vendo homens e mulheres de todas as idades, passando por uma situações constrangedoras e sem dúvida constituindo, um dano moral a esses candidatos que são pessoas do povo, gente simples e humilde e que não merecem de forma alguma esta forma de tratamento humilhante quando são reprovados pelo júri musical.
Depois de algum tempo, analisando a questão das pessoas terem um ídolo e o porquê disso. Constatei que na verdade, esse ídolo trata-se de uma pessoa de carne e osso, igual a mim, mortal, sujeitas as dificuldades, com virtudes e defeitos, assim como eu e outros milhões de brasileiros. Mas a diferença está na conta bancária, nos bens materiais, no prestígio, reconhecimento, status e na ostentação e todo glamôur que a fama traz. Tudo isso só porque o tal "ídolo", é alguém bonito(a) fisicamente, canta e/ou dança bem, se destaca num esporte ou representa bem no cinema, teatro ou televisão.
Pensei comigo ... então ... quem seria o meu ídolo? Na verdade eu gosto muito de música, admiro muito o trabalho de alguns artistas, compro cd´s e dvd´s, aprecio a boa música, mas se passar por alguns destes "famosos" na rua, pra mim serão apenas como mais um na multidão. Sem exageros, sem histeria e agindo de uma maneira natural e tranquila.
Lembro-me que na década de 1980, o meu time, o Clube de Regatas Vasco da Gama (RJ), tinha um jogador, chamado Geovani e na época , eu particularmente considerava esse jogador um craque. E quando eu era criança cheguei a ter uma camisa 8 do Vasco em homenagem a ele, mas hoje fica apenas a recordação daquele tempo que o meu pai me levava ao Estádio Mário Filho (Maracanã) para assitir aos jogos do Vasco e ver toda aquela turma jogando: Geovani, Roberto Dinamite, Romário, Dunga, Acácio (goleiro) e outros.
Porém, no dia-a-dia das nossas cidades braileiras, ou seja, no cotidiano, temos vários "heróis" que passam despercebidos na multidão, são bombeiros que arriscam a própria vida para salvar qualquer pessoa que necessite de ajuda nas mais diversas situações de perigo. Policias que trabalham para tirar todo tipo de marginais e vagabundos de circulação, médicos e enfermeiras que lutam contra o relógio para salvar pessoas que estão correndo risco de morte, professores que trabalham em áreas de risco e que ainda nos grotões do Brasil, trabalham em unidades escolares extremamente precárias e além disso recebem um salário indigno. E para chegar nessas escolas do interior do Brasil vão de caminhão, no lombo de animais, de bicicleta e até de barco. O que estes profissionais tem em comum? O anonimato e a certeza do dever cumprido diariamente.
O anonimato para mim é algo que não tem preço,porque posso andar livremente nas ruas, rodoviárias, aeroportos, shopping, cinema e qualquer outro evento público, sem tietagem, pedido de autógrafos ou para tirar fotografias. Tudo isso porque sou apenas mais um na multidão, uma "pessoa comum", gente do povo e dou graças a Deus por isso todos os dias.
Os Ídolos sempre existiram e sempre existirão, isto é algo inegável, mas a grande questão está em saber valorizar as pessoas "reais" que estão presentes na nossa vida diariamente, mas que infelizmente em muitas ocasiões não lhes damos o seu devido valor.
Há quem diga que a utopia, o Lúdico, (luzes, câmera e ação), um partida de futebol no Maracanã num domingo a tarde, uma festa, show bizz, evento, novela, peça de teatro, concerto musical e demais coisas do gênero fazem parte da vida humana e sem dúvida são momentos muito agradáveis e festivos. Mas não podemos nos deixar levar pela ilusão, pelas luzes coloridas e ficar atônito pela simples presença de um famoso. Temos sim, o dever de continuar lutando pela nossa sobrevivência com dignidade em todos os dias da nossa existência e continuar perseguindo e alcançando as nossas metas e objetivos pessoais.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
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Um comentário:
A questão é que para buscar fama, as pessoas ou os candidatos se sujeitam à qualquer coisa que satisfaçam o seu ego. Por outro os canais de TV buscam constantemente através de um processo seletivo mercadológico possíveis (pseudo)cantores para lucrar em cima. Daí fecha o lado financeiro do candidato com a da imprensa
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